segunda-feira, julho 01, 2013

~ Podemos/Não podemos amar novamente.


Imensa em meu universo mais do que particular, ouço o relógio bater 05 horas da manhã, e vejo você levantar, se espreguiçar como faz todos os dias e me olhar com aqueles olhos azuis tão profundos quanto a imensidão do mar. Observando você desde o segundo em que se põe de pé fica até difícil de imaginar as coisas que você fala enquanto dorme, o que sussurra no momento em que sonha, ou que tem pesadelo. Não sei o quão perdido em seu paraíso você se encontra, pois, não consegue perceber minhas olheiras permanentes de alguém que não dorme a três noites seguidas; não existem mais momentos de conversa sobre nosso dia, sobre nossas escolhas, sobre o queremos ser; tudo que vivemos chega a parecer uma cartilha que você criou e seguiu, e eu pareço a garota que não conhece mais o homem que dorme a seu lado, se bem que eu de fato não o conheço mais. Quando você sai para trabalhar com aquele sorriso que enche uma sala escura de luz eu me sento-me à mesa, com minha xícara de café (preparada por você) na mão, e começo a me perguntar: será que você já teve tudo do nosso amor? Será que eu quebrei e não consigo me livrar do costumeiro? “E se...” “E se...” “E se...”, sentenças que me assombram o dia inteiro, que roubaram minhas noites, que entraram na minha mente e embaralhou tudo o que eu conhecia como concreto, como completo, como eterno. Desculpe-me pela atitude que tomarei hoje, mais espero que entenda que se eu a colocasse em prática na sua frente nada mudaria, porque me faltaria coragem...

Oi querido,
Sei que deveria me desculpar, mas não vou porque o que estou fazendo é o certo para nós dois. A três noites, quando chegava do trabalho, o vi dormindo como se um anjo tivesse pousado sua mão sob sua cabeça e o tivesse colocado para dormir com uma canção de ninar, achei tão lindo e fascinante seu sono que por alguns minutos fiquei a te olhar, até que ouvi algumas poucas palavras sussurradas: estamos quebrados... Estamos quebrados... Estamos quebrados... No começo não entendi muito bem, deixei de lado e fui me deitar a seu lado, mas você não parava de sussurrar coisas, coisas que nunca havia me dito antes, por que estaríamos quebrados? Na noite seguinte, após ir dormir, fui me recolher e percebi mais algumas palavras: Isso não é o suficiente... Você não é o suficiente... Desde então não consigo mais dormir, não paro de pensar que você não me quer mais, que encontrou alguém melhor do que eu, eu não sei mais o que deva ser. O pior é que notei uma mudança em mim, ouvi tantas coisas escondidas em você que eu não sei se conseguimos aprender a amar novamente, a nos amar novamente. Não sei se sou capaz de acreditar em cada lágrima que você venha a derramar na minha frente dizendo que tudo o que ouvi foi mentira, ou melhor, eu não acreditarei porque percebi que eu também estava acomodada com o que tínhamos, eu estava segura em um relacionamento que não seria menos do que já era e nem mais do que queria que fosse. Não sei como você ficará quando retornar e ler essa carta, mais de uma coisa fique certo: eu não estarei mais aqui para dificultar nossas vidas.
Beijos e adeus”

Dobrei a carta e a deixei em cima da mesa da cozinha, embaixo da xícara cheia de café, peguei minha mala e saí sozinha, pela mesma porta que um dia entrei acompanhada, com você tapando meus olhos e que quando me deixou abri-los disse: surpresa amor! Essa é nossa casa. Agora, eu fecho a porta feliz pelos poucos momentos felizes que passei ali, com um pouco de medo das surpresas que o mundo me traria, mais com confiança de seguir em frente e encontrar meu caminho ao longo da cidade de pedra.

domingo, outubro 21, 2012

~ Palavras de adeus.


Oi amor,

Primeiramente gostaria de pedir desculpas por estar deixando apenas esse pedaço de papel como despedida, só que eu não consegui dizer adeus quando te olhei ali, quetinho, com um leve sorriso nos lábios, dormindo, como se eu fosse a sua pessoa preferida no mundo. Sei que nunca falei muito sobre mim, sobre de onde eu vim, sobre quem queria ser em um futuro distante e, me acho mais egoísta ainda por dizer-lhe tudo isso aqui, em uma mera folha, só que não sei como fazê-lo de uma forma diferente, então espero que aceite, porque entender acho que nunca conseguirá. Quando pequena eu tinha uma vida maravilhosa, tinha pais e um irmão, saíamos juntos para almoçar em restaurantes, as festas de fim de ano na minha escola e todas essas coisas que uma verdadeira família faz. Quando fui crescendo percebi que a vida não era feita apenas de contos de fadas, de pequenos instantes de felicidade e amor, sabe o pior de toda essa trajetória? Percebi tudo da pior maneira possível, convivendo com brigas constantes daqueles que eram, para mim, o modelo vivo do amor. Lembro-me de correr para fora de casa algumas vezes, de tirar meu irmão do meio de tudo para que hoje ele não fosse como sou; Lembro-me de sentir falta da minha base protetora nas festas da escola e, de com o tempo me acostumar com essa ausência; Lembro-me de chegar aos 18 anos e não acreditar em mim mesma, de nunca querer dar uma chance ao amor, até porque saberia que ele nunca duraria mais do que as paredes de uma sala de aula qualquer. Sabe, eu desenvolvi uma doença entre todas essas passagens, o nome dela é solidão e, os médicos me dizem que ela consiste na capacidade de uma pessoa manter-se sozinho, mesmo estando constantemente rodeado de pessoas. Pulando algumas etapas sem importância e, já relatadas a você, cheguei aos meus 20 anos a seu lado, tentando vencer quem sou e encontrar um caminho que o fizesse sentir-se confortável a meu lado, só que acho que não consegui encontrar isso ou, sentir-me assim - não dizem que você só convence o outro se você acreditar no que fala? Pois é, não consigo mentir tão bem para você - não quero que pense que não o amo, ou que um dia deixei de sentir esse sentimento que atende por uma palavra tão pequena, amor... Lembra da nossa última conversa no celular, quando você disse que sou melhor do que você em muitas coisas? Quando você me dizia que nunca cometeria os mesmos erros que meus pais? Talvez tenhamos cometidos erros até maiores que eles em nossa caminhada, talvez nosso maior erro tenha sido tentar transformar um amor com tempo de validade em amor eterno e, esse erro tenha nos trazido a esse momento, a essa madrugada a qual estou partindo sem olhar seus olhos pela última vez. Adeus meu amor, espero que seja feliz e que algum dia possa aceitar minha partida como um simples divisor de águas, como um espaço para que você seja capaz de encontrar alguém que não esteja doente para curar a doença que transferi para você. Seja feliz!

Obrigada pelos 3 anos de vida.

domingo, setembro 09, 2012

~ Não sou culpada...


Eu não sou culpada, levei muito tempo para perceber isso mais, hoje posso finalmente dizer: Não sou culpada pelas suas péssimas escolhas! Algumas pessoas me disseram que a pior morte que enfrentamos é a dos nossos sonhos, ultimamente ando discordando disso, aos meus olhos, a pior morte é a da música que dançamos juntos, que uniu caminhos e pontos de vista, para um dia torná-los separados por um abismo.

Sabe, sou e sempre fui capaz de passar por cima de tudo que acredito ser o correto para dar a mão a um amigo, mesmo que esse não a merecesse; Abri mão do que eu pensava ser um porto seguro para recuperar uma embarcação que afundava no mar mais escuro, literalmente consegui salvar aquele que morria sem esperanças, ao mesmo tempo que entregava aos leões aquela que parecia estar de pé, estar sã. Não posso dizer que me arrependi, porque seria mentira. 

Meses se passaram e a tempestade só aumentou, cheia de sorrisos alheios, que eu alimentei ao tomar o caminho que hoje trilho; Trazendo consigo um vendaval, que eu aguentei sem ter nem ao menos um porque; Mostrando que tudo na vida muda, até algumas relações, sabe aquelas que você pensa que nada pode abalar? Pois é meu amigo, essas são as que se perdem tão facilmente e abruptamente como um sopro de vida. Por muito tempo me puni por acreditar que olhar de longe não me machucaria, por pensar que ficar calada seria o melhor remédio para tudo e todos, pode ser que tenha até sido mesmo, até porque a única pessoa que se perdeu na floresta, capturada pelas raízes das árvores, foi ninguém menos que eu mesma.

Hoje sei que encontrarei meu caminho para a cidade do vento, sem dor, sem olhares de piedade, segurando a mão da pessoa que mais amo, não a pessoa que me "restou", mais sim a pessoa que mais se mostrou digna do meu perdão e do meu coração. Sei que um dia aqueles que, supostamente, abandonei serão felizes, serão adultos, pais e mães de família. Mas agora sei o que tenho que fazer, tenho que olhar para frente e encontrar um solo para plantar minhas raízes, para saber o que tenho e quem sou antes de crescer e virar uma árvore; Tenho que fazer minhas péssimas escolhas, me arrepender quando errar e comemorar quando acertar, até porque ninguém será culpado por elas; Tenho que encontrar novos sonhos, novos propósitos pelos quais lutar, até porque eu mereço isso!

Literalmente e definitivamente: Não sou culpada pelas suas péssimas escolhas. Não sou culpada pelos seus sorrisos sarcásticos. Não sou culpada por seguir em frente, deixando você, para sempre, no meu passado!

Olá gente, faz tempo né? Ando meio sumida daqui mesmo, o tempo também não ajuda muito, mas a gente sempre tenta. Espero que gostem do texto de hoje e, até mais ver. Beijos :*

sexta-feira, julho 06, 2012

~ Manhãs de inverno.



Era 10 de julho, início do inverno, o dia estava claro mas com aquele vento friozinho e, quando Elena finalmente chegou ao parque naquela manhã, sentiu que tinha tomado a decisão certa. Como toda garota de 16 anos, Elena ansiava por aventuras, por querer se descobrir, por viver uma mudança, ela só não sabia como fazer isso, nem quando tudo isso aconteceria em sua vida, ela apenas sentia que um dia seus sonhos se realizariam.

Seus pais nunca entenderam porque, em toda manhã de inverno, Elena vestia seu casaco vermelho, pegava seu violão e, com seus cabelos loiros soltos, ela ia até o parque. Ela gostava de ver a paisagem verde, a grama mudando de cor, as pessoas que por ali caminhavam de manhã; ela gostava da sensação de alívio que o vento trazia a seu coração. Uma bela manhã dessas que Elena tanto adorava, ela estava sentada na grama tocando uma música de sua composição, com uma melodia suave e sua voz doce a cantarolar. Confesso que de longe não consegui entender muito bem o que a letra dizia, mas presumo que tenha sido isso: “Esse é meu tempo, essa sou eu, cantando para o vento sua beleza e leveza, esperando que com o passar do inverno venha o verão e as minhas aventuras...

Foi nesse exato momento que um disco amarelo atingiu sua cabeça por trás, Elena nem teve tempo de virar zangada para reclamar, porque um rapaz de olhos castanhos claro, veio a sua frente rapidamente para pedir desculpas.

- Oi, desculpa, meu cachorro não conseguiu chegar a tempo para pegar o disco, joguei forte demais. – Disse o rapaz.
- Tudo bem, só tome um pouco mais de cuidado ok? – Respondeu ela passando a mão na região onde o disco havia acertado.
- Ah, meu nome é Fred. – Disse o rapaz estendendo-lhe a mão para que ela apertasse.
- Olá Fred, me chamo Elena. – Respondeu ela apertando a mão de Fred.
- Bom, vou deixar você ai com seu violão agora. – Disse Fred afastando-se de Elena.

Ao ver Fred se afastar Elena não pode deixar de sorrir discretamente, afinal de contas seu tempo havia chegado, talvez fosse ele o começo de suas aventuras. Depois daquele dia, Elena voltou a parque, mas Fred não apareceu, dois dias se passaram e nada dele; Elena começou a imaginar que estaria enganada, que tudo havia sido uma enorme coincidência e que ela jamais voltaria a ver o belo rapaz de olhos castanhos claro. Na última manhã de inverno de julho, Elena fez seu ritual de todos os dias, vestiu seu casaco vermelho, pegou seu tão amado violão, soltou seus cabelos loiros e dirigiu-se ao parque.

Ela ficou parada por alguns minutos revendo as árvores, o verde da grama, que agora voltava ao seu tom normal, as pessoas caminhando e, finalmente um olhar familiar encontrou o dela, sentado na grama a poucos passos de distância dela estava Fred, acompanhado de um violão. Elena aproximou-se dele e sentou-se ao seu lado.

- Você toca? – Ela perguntou.
- Sim, e desde que te vi tocando, comecei a compor algumas músicas. – Respondeu ele.
- Você sumiu. – Disse Elena retirando seu violão da capa.
- É, estava ocupado fazendo isso... – Disse Fred e começou a tocar. – Você canta a primeira parte? – Perguntou-lhe ele.
- Claro. – Respondeu ela.

Elena: Esse é meu tempo, essa sou eu, cantando para o vento sua beleza e leveza, esperando que com o passar do inverno venha o verão e as minhas aventuras...
Fred: Suas palavras e voz fixaram em minha mente, longe de você não consigo pensar, cada nota que tento encaixar se esvai completamente no vento que assanha seus lindos cabelos loiros. Esse sou eu, um menino que precisa te encontrar, você é a razão para que eu cante...

- Eu ainda não a terminei, mas espero que você cante comigo. – Disse Fred.
- Está ótima, e sim, eu canto com você. – Respondeu Elena.

Bom caro leitor, não sei o final desta história, até porque deixei os pombinhos se conhecendo no parque porém, sei que esse encontro foi o começo de uma grande aventura.

Pauta para o Bloínquês
+ 122ª edição visual.

quinta-feira, julho 05, 2012

~ Meu irmão, minha inspiração.



Tantos anos se passaram, hoje sou casado, tenho dois lindos filhos, mas nunca esqueci minhas raízes, nem aqueles que sempre cuidaram de mim. Quando penso nos anos que morei próximo ao farol da Enseada é como se eu voltasse a ser aquele garotinho de 12 anos, em pé no píer, olhando o pôr do sol ao lado do meu irmão. Sabe o que é mais engraçado? Naquela época parecia que aqueles dias jamais acabariam, que ficaríamos ali para sempre, com aqueles barcos, com aquela vista.

Sempre conto a meus filhos como era minha relação com o tio deles e, lamento-me todos os dias por eles não terem nascido a tempo de conhecê-lo. Eu tinha 17 anos quando tudo aconteceu, eu o importunei para me levar a um show do Fall Out Boy e, ele mesmo cansado do trabalho foi comigo. Na volta, eu cantava, na verdade gritava, a letra da minha música preferida da banda e ele apenas pedia que eu parasse de bater os pés do volante e eu, como um belo adolescente não o fiz, resultado: Batemos em um poste e rodamos em plena rodovia, até que o carro entrou em um supermercado; acordei 3 dias depois em um hospital e meu irmão foi direto para um cemitério.

Quando eu pensei que dali para frente minha vida seria apenas lamúrias, o carteio trouxe para mim uma carta de admissão na faculdade de mecânica para veleiros, de cara eu não entendi o que aquilo queria dizer, até porque não havia me inscrito em faculdade alguma então, minha mãe sentou-se ao meu lado e disse “Seu irmão havia mandado sua inscrição e você foi aprovado.”. As palavras da minha mãe me fizeram chorar deitado em seu colo, meu pai nos abraçou e permanecemos assim até que eu finalmente dormisse.

Devo lhes contar que, alguns anos depois, casei-me na igreja do outro lado da rua do píer e, quando sai de dentro dela, devidamente casado e explodindo de felicidade, pude ver uma pessoa de pé a olhar o pôr do sol, assim como eu fazia quando pequeno, até que essa pessoa olhou para trás e sorriu para mim, foi nesse momento que percebi que quem estava ali era o meu irmão. Pedi a minha espoja que esperasse 5 segundos enquanto eu ia matar a saudade da brisa do mar, e segui para onde meu irmão estava.

- Oi irmãozinho. – Disse-me ele.
- Veio ver se eu estava fazendo tudo certo foi? – Perguntei-lhe sorrindo.
- Claro, sou seu irmão mais velho cara. – Ele me respondeu.
- Sinto tanto sua falta, queria que você fosse meu padrinho hoje, que estivesse lá. – Eu lhe disse, me segurando para não chorar.
- Ei cara, eu estava lá, eu sempre estarei em seu coração. – Ele me respondeu sorrindo.
- Mas são é a mesma coisa. – Disse-lhe.
- Não, não é, mais é melhor do que não poder ver o homem e, o pai de família que você será. – Respondeu-me ele.
- Para onde você vai agora? – Perguntei-lhe.
- Bom, vou voltar para o pôr do sol e, a cada vez que você e meus futuros sobrinhos vierem aqui saberão que estarão me vendo. – Respondeu-me ele.

Antes que eu pudesse dizer adeus meu irmão partiu, porém eu sabia, que no meio da euforia aquele alguém me protegia, que independente de onde estivesse seria sempre meu irmão, meu abrigo, que nunca me deixaria desistir dos meus sonhos e que a cada pôr do sol que eu visse, ele estaria sorrindo para mim. Passei cerca de 1 minuto olhando aquele lugar e hoje, volto aqui com meus filhos para ver as embarcações que um dia admirei, que hoje construo e que meu irmão protege.

Pauta para o Bloínquês
+ 125ª edição musical

domingo, maio 20, 2012

~ La lluvia y su paráguas.




Yo había querido poder permanecer cerca,
Pero la distancia es mi mejor amiga.
Yo había querido aumentar de tamaño,
Sin llegar a ser adulto.
Yo había querido creer que tus falsas lágrimas fueron para mi protección,
Pero, son gotas de veneno que hacen morir qualquer intención buena.

¿Sabes la volluntad que todos los chicos tienen de que su papá lea para que ellos duerman?
Eso es inocencia y humanidad.
¿Ya viste dos hermanos gemelos que sienten el dolor uno del otro mismo con la distancia?
Eso es amor y complicidad.
Todo eso es un mundo, o paraíso,
Eso era todo lo que yo sentía antes que tú murieras.

Yo había querido creer que el sol nascería hermoso, juntamente con su sonrisa,
Yo había querido que mi corazón creciera y aguantara todo el dolor y la exclusión,
Yo podría tener esperado más, hasta finalmente parar de llover.
Pero, nada yo hice, pues tú caminhabas con su paráguas y sonreía de mi situacion,
En el momento que yo creaba la lluvia,
Cuando yo estaba en la lluvia.

domingo, maio 13, 2012

~ Olhos de estrela.


         No meio de bilhões de pessoas, existia uma menina que costumava fugir pela janela de seu quarto para o telhado da casa em noites chuvosas. Ela achava que as gotas da chuva eram lágrimas de tristeza, por isso eram tão frias, porém, ela não entendia o que tanto magoava o céu azul, repleto de estrelas tão lindas. Decidida, essa menininha queria descobrir como alegrar o céu, como fazer as estrelas brilharem mais e mais. E posso lhe dizer que ela tentou, procurou em livros, filmes, figuras e fotos, mas nada encontrou.

- Mãe, por que o céu chora? - Perguntou a menina.
- Não filha, é apenas água, não quer dizer que o céu esteja triste. - Respondeu a mãe.

        Os dias se passaram e com eles, o telhado foi ficando vazio, apenas as telhas molhadas restaram em sua morada. Os anos se seguiram e, como aconteceria um dia, a menina tornou-se mulher, as janelas fecharam-se e a chuva foi esquecida. Agora o céu realmente chora, pois os olhos que sempre o admiravam, apagou suas estrelas no dia que abandonou as telhas.