Era
10 de julho, início do inverno, o dia estava claro mas com aquele vento
friozinho e, quando Elena finalmente chegou ao parque naquela manhã, sentiu que
tinha tomado a decisão certa. Como toda garota de 16 anos, Elena ansiava por
aventuras, por querer se descobrir, por viver uma mudança, ela só não sabia
como fazer isso, nem quando tudo isso aconteceria em sua vida, ela apenas
sentia que um dia seus sonhos se realizariam.
Seus
pais nunca entenderam porque, em toda manhã de inverno, Elena vestia seu casaco
vermelho, pegava seu violão e, com seus cabelos loiros soltos, ela ia até o
parque. Ela gostava de ver a paisagem verde, a grama mudando de cor, as pessoas
que por ali caminhavam de manhã; ela gostava da sensação de alívio que o vento
trazia a seu coração. Uma bela manhã dessas que Elena tanto adorava, ela estava
sentada na grama tocando uma música de sua composição, com uma melodia suave e
sua voz doce a cantarolar. Confesso que de longe não consegui entender muito
bem o que a letra dizia, mas presumo que tenha sido isso: “Esse é meu tempo, essa sou eu, cantando para o vento sua beleza e
leveza, esperando que com o passar do inverno venha o verão e as minhas
aventuras...”
Foi
nesse exato momento que um disco amarelo atingiu sua cabeça por trás, Elena nem
teve tempo de virar zangada para reclamar, porque um rapaz de olhos castanhos
claro, veio a sua frente rapidamente para pedir desculpas.
-
Oi, desculpa, meu cachorro não conseguiu chegar a tempo para pegar o disco,
joguei forte demais. – Disse o rapaz.
-
Tudo bem, só tome um pouco mais de cuidado ok? – Respondeu ela passando a mão
na região onde o disco havia acertado.
-
Ah, meu nome é Fred. – Disse o rapaz estendendo-lhe a mão para que ela
apertasse.
-
Olá Fred, me chamo Elena. – Respondeu ela apertando a mão de Fred.
- Bom,
vou deixar você ai com seu violão agora. – Disse Fred afastando-se de Elena.
Ao
ver Fred se afastar Elena não pode deixar de sorrir discretamente, afinal de
contas seu tempo havia chegado, talvez fosse ele o começo de suas aventuras.
Depois daquele dia, Elena voltou a parque, mas Fred não apareceu, dois dias se
passaram e nada dele; Elena começou a imaginar que estaria enganada, que tudo
havia sido uma enorme coincidência e que ela jamais voltaria a ver o belo rapaz
de olhos castanhos claro. Na última manhã de inverno de julho, Elena fez seu
ritual de todos os dias, vestiu seu casaco vermelho, pegou seu tão amado
violão, soltou seus cabelos loiros e dirigiu-se ao parque.
Ela
ficou parada por alguns minutos revendo as árvores, o verde da grama, que agora
voltava ao seu tom normal, as pessoas caminhando e, finalmente um olhar
familiar encontrou o dela, sentado na grama a poucos passos de distância dela
estava Fred, acompanhado de um violão. Elena aproximou-se dele e sentou-se ao
seu lado.
- Você
toca? – Ela perguntou.
-
Sim, e desde que te vi tocando, comecei a compor algumas músicas. – Respondeu ele.
- Você
sumiu. – Disse Elena retirando seu violão da capa.
- É,
estava ocupado fazendo isso... – Disse Fred e começou a tocar. – Você canta a
primeira parte? – Perguntou-lhe ele.
-
Claro. – Respondeu ela.
Elena:
Esse é meu tempo, essa sou eu, cantando
para o vento sua beleza e leveza, esperando que com o passar do inverno venha o
verão e as minhas aventuras...
Fred:
Suas palavras e voz fixaram em minha
mente, longe de você não consigo pensar, cada nota que tento encaixar se esvai
completamente no vento que assanha seus lindos cabelos loiros. Esse sou eu, um
menino que precisa te encontrar, você é a razão para que eu cante...
- Eu
ainda não a terminei, mas espero que você cante comigo. – Disse Fred.
-
Está ótima, e sim, eu canto com você. – Respondeu Elena.
Bom
caro leitor, não sei o final desta história, até porque deixei os pombinhos se
conhecendo no parque porém, sei que esse encontro foi o começo de uma grande aventura.
Pauta para o Bloínquês
+ 122ª edição visual.
Muito fofa a história, me deixa curiosa para saber o romance dos dois artistas. Parabéns *-*
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