sexta-feira, julho 06, 2012

~ Manhãs de inverno.



Era 10 de julho, início do inverno, o dia estava claro mas com aquele vento friozinho e, quando Elena finalmente chegou ao parque naquela manhã, sentiu que tinha tomado a decisão certa. Como toda garota de 16 anos, Elena ansiava por aventuras, por querer se descobrir, por viver uma mudança, ela só não sabia como fazer isso, nem quando tudo isso aconteceria em sua vida, ela apenas sentia que um dia seus sonhos se realizariam.

Seus pais nunca entenderam porque, em toda manhã de inverno, Elena vestia seu casaco vermelho, pegava seu violão e, com seus cabelos loiros soltos, ela ia até o parque. Ela gostava de ver a paisagem verde, a grama mudando de cor, as pessoas que por ali caminhavam de manhã; ela gostava da sensação de alívio que o vento trazia a seu coração. Uma bela manhã dessas que Elena tanto adorava, ela estava sentada na grama tocando uma música de sua composição, com uma melodia suave e sua voz doce a cantarolar. Confesso que de longe não consegui entender muito bem o que a letra dizia, mas presumo que tenha sido isso: “Esse é meu tempo, essa sou eu, cantando para o vento sua beleza e leveza, esperando que com o passar do inverno venha o verão e as minhas aventuras...

Foi nesse exato momento que um disco amarelo atingiu sua cabeça por trás, Elena nem teve tempo de virar zangada para reclamar, porque um rapaz de olhos castanhos claro, veio a sua frente rapidamente para pedir desculpas.

- Oi, desculpa, meu cachorro não conseguiu chegar a tempo para pegar o disco, joguei forte demais. – Disse o rapaz.
- Tudo bem, só tome um pouco mais de cuidado ok? – Respondeu ela passando a mão na região onde o disco havia acertado.
- Ah, meu nome é Fred. – Disse o rapaz estendendo-lhe a mão para que ela apertasse.
- Olá Fred, me chamo Elena. – Respondeu ela apertando a mão de Fred.
- Bom, vou deixar você ai com seu violão agora. – Disse Fred afastando-se de Elena.

Ao ver Fred se afastar Elena não pode deixar de sorrir discretamente, afinal de contas seu tempo havia chegado, talvez fosse ele o começo de suas aventuras. Depois daquele dia, Elena voltou a parque, mas Fred não apareceu, dois dias se passaram e nada dele; Elena começou a imaginar que estaria enganada, que tudo havia sido uma enorme coincidência e que ela jamais voltaria a ver o belo rapaz de olhos castanhos claro. Na última manhã de inverno de julho, Elena fez seu ritual de todos os dias, vestiu seu casaco vermelho, pegou seu tão amado violão, soltou seus cabelos loiros e dirigiu-se ao parque.

Ela ficou parada por alguns minutos revendo as árvores, o verde da grama, que agora voltava ao seu tom normal, as pessoas caminhando e, finalmente um olhar familiar encontrou o dela, sentado na grama a poucos passos de distância dela estava Fred, acompanhado de um violão. Elena aproximou-se dele e sentou-se ao seu lado.

- Você toca? – Ela perguntou.
- Sim, e desde que te vi tocando, comecei a compor algumas músicas. – Respondeu ele.
- Você sumiu. – Disse Elena retirando seu violão da capa.
- É, estava ocupado fazendo isso... – Disse Fred e começou a tocar. – Você canta a primeira parte? – Perguntou-lhe ele.
- Claro. – Respondeu ela.

Elena: Esse é meu tempo, essa sou eu, cantando para o vento sua beleza e leveza, esperando que com o passar do inverno venha o verão e as minhas aventuras...
Fred: Suas palavras e voz fixaram em minha mente, longe de você não consigo pensar, cada nota que tento encaixar se esvai completamente no vento que assanha seus lindos cabelos loiros. Esse sou eu, um menino que precisa te encontrar, você é a razão para que eu cante...

- Eu ainda não a terminei, mas espero que você cante comigo. – Disse Fred.
- Está ótima, e sim, eu canto com você. – Respondeu Elena.

Bom caro leitor, não sei o final desta história, até porque deixei os pombinhos se conhecendo no parque porém, sei que esse encontro foi o começo de uma grande aventura.

Pauta para o Bloínquês
+ 122ª edição visual.

Um comentário:

  1. Muito fofa a história, me deixa curiosa para saber o romance dos dois artistas. Parabéns *-*

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