quinta-feira, abril 26, 2012

~ Lágrimas e chuva.


Estou correndo debaixo da chuva, sem caminho, sem direção, sem conseguir saber o que são lágrimas e as gotas que não são mais, de uma coisa tenho quase certeza, entre tantas tristezas existentes nesse mundo, fui entrar justo em uma a qual batizei com um belo e terrível nome: poço!

Sabe caro leitor, as pessoas são tão ingênuas ou pouco observadoras, a ponto de não enxergarem nada além das suas palavras. Tudo bem, não posso negar que alguns ainda tentam ver um pouco da sua alma, só que não chegam até aquela pontinha de vida que precisa ser revivida, até aquele velho coração valente. Bom, tudo isso começou no dia que imaginei ter amigos.

Todos os dias eu acordava com um breve sorriso no rosto, lotado de esperança e de vontade de viver, porque eu ia ao encontro daqueles que me queriam bem, dos tão sonhados amigos. Meus dias seguiam-se alegres e repletos de raios de sol, até que a noite caiu pesadamente e friamente sobre meus ombros, quando esses amigos, sem pensar em mim deixaram-me só.

Fui chamada de egoísta, fui largada falando sozinha, fiquei completamente sozinha e quer sabe por quê? Apenas porque encontrei pessoas que, enviadas pelo destino, passavam pelo mesmo que eu sempre passei, a chamada rejeição. Apesar disso, continuei a levantar-me todos os dias, cada qual com um sorriso menor porém, com uma vontade cada vez maior de lutar e tentar concertar tudo, o pior foi que minha atitude de nada adiantou. Sabe, pessoas de fora conseguem me enxergar, ver quem sou e a transparência da minha alma. Outros conseguem sentir orgulho de mim, talvez por não serem como eu, talvez por não entenderem como uma pessoa consegue cair todos os dias e levantar com a maior leveza possível e tentar tudo de novo.

Vou confessá-lo um segredo caro leitor, apesar da força, da atitude e da aparência de um castelo extremamente seguro, não consigo conter as lágrimas e sempre, que me encontro no exato momento em que elas descerão dos meus olhos, corro para a chuva, esperando que ela lave meus sentimentos ruins, as manchas que carrego na pele e, que me traga a possibilidade de renovação.

Agora, parada em um ponto de estiagem, tento me esconder dos olhos dos curiosos, tento acreditar que tudo vai passar e que novos amigos, ou os verdadeiros amigos chegarão para me resgatar com seu belo e vermelho guarda-chuva. Caro leitor, eu sei que se me olhar no rosto vai ver as tristes marcas no sorriso, mais prometo que um dia voltarei e contarei a vocês como esse temporal se foi, como o sol voltou a nascer para mim e, quem estendeu a mão para me retirar desse poço no qual me joguei.

- Pauta para o Bloínquês.
- 116ª edição musical.

3 comentários:

  1. As vezes as lagrimas são apenas reflexos do que se passam no nosso coração. É apenas uma forma que as palavras encontraram para se manifestar.
    Bjos da Péh
    borboletamaquiada.blogspot.com

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  2. Bom, tem um trecho de uma música que eu adoro que diz assim: é preciso chuva, pra sorrir!
    E é nisso que me sustento sempre que me vejo a beira de uma enchente de lágrimas hahahahaha Nem tudo acontece como a gente esperava que acontecesse, mas tenho cada vez mais certeza de que pra tudo existe explicação... e que nada acontece por acaso.
    Muitas lágrimas? Talvez. Mas muitos sorrisos posteriormente!
    Adorei o texto :) Beijo

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  3. Me identifiquei muito com teu último parágrafo, você não faz noção do quanto tô precisando de uns guarda-chuvas vermelhos pra me abrigar nessa chuvarada toda!
    A vida tem disso mesmo, primeiro a chuva, depois o arco-íris, cabe a nós só levantar a cabeça e andar em frente, rumo ao fim da chuva.

    Boa sorte no bloínques, beijos ;*

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