sexta-feira, agosto 26, 2011

~ Amigos, irmãos.


Certo, certo, sei que estão achando que é meu namorado, até que poderia ser, mas na verdade esse comigo na foto é meu irmão, ah claro, como chegamos aqui? Nossa, a história é um pouco longa, mais acho que são capazes de entender. 18 anos, era minha idade nesse ano, era verão e eu estava na fase de curtir a vida, sair sem direção nem rumo, numa dessas saídas conheci um carinha, ele se chamava Luís. Como vocês podem imaginar, a burra aqui logo se apaixonou e, acreditou que ele também tinha se apaixonado por mim, só que a história é definitivamente ao contrário, Luís era filho do prefeito da cidade, com um histórico de diversão, bebidas e garotas, muitas garotas. Uma noite, bebi tanto que a última coisa que me lembro foi de entrar na casa do prefeito procurando por um banheiro para vomitar.

No dia seguinte, acordei na minha cama, entretanto minhas roupas estavam todas rasgadas, tomei um banho rápido e corri para a casa do prefeito a procura de Luís, ao chegar ao meu destino a empregada abriu...

- Oi Cristina, ele está no quarto. – Disse ela.

Entrei sei fazer barulho, mas quando cheguei a porta do quarto dele ouvi que ele conversava com alguém, esse alguém era Pedro, meu irmão. De início não entendi porque meu irmão gritava tanto com ele e nem porque ele corria sempre que meu irmão tentava se aproximar, mas ao longo de toda a gritaria, pude compreender como acordei no meu quarto.

- Você tava maluco? Achou que eu iria largar minha irmã nas suas garras? – Perguntava aos gritos meu irmão.

- Mais bem que ela tava gostando. – Respondeu Luís.

- Gostando de que? De você tentar abusar dela mesmo ela bêbada? Ainda bem que ela foi capaz de me ligar. – Dizia meu irmão.

- Certo, você a tirou daqui, ótimo, agora vá embora, tem outras garotas que não fariam o carnaval que sua irmã fez. – Respondeu ele.

Como era de se imaginar, meu irmão não saiu do quarto sem acertar as contas, ele acertou um murro bem no nariz do filhinho do prefeito, que por sua vez, no mesmo lugar onde caiu permaneceu gemendo de dor. Entrei no quarto para segurar meu irmão antes que ele cometesse mais alguma atrocidade.

- O que faz aqui Cris? – Perguntou Pedro me abraçando.

- Vim resolver as contas também só que, você passou na minha frente. – Respondi.

- Vamos sair daqui. – Disse ele.

Saímos da casa do prefeito em direção a caminhonete do meu pai que estava parada atrás do portão principal da casa de Luís, por isso que não havia notado que Pedro estava lá assim que cheguei. No meio do caminho ele parou a caminhonete...

- O que foi? – Perguntei.

- Vem cá, atrás da caminhonete. – Disse ele.

Desci e subi na parte de trás junto com ele e, por um segundo ficamos ali sentados conversando sobre tudo e todos.

- Mais, me diz Cris, o que você viu no Luís? – Pergunto-me ele.

- Não sei Peu, eu o achava educado, uma boa pessoa. – Respondi.

- Sabe, existe caras que se fazer de boa pinta, você só tem que aprender a diferenciar. – Disse-me ele.

- Agora eu sei disso. – Respondi.

- Mas sabe o melhor disso tudo? – Perguntou-me ele sorrindo.

- O que? – Perguntei sem entender nada.

- É que agora, você tem certeza que o cara que mais te ama sou eu. – Disse ele sorrindo, após pegar um lápis e colocar “Eu te amo” no meu tênis all star.

- É, agora eu finalmente sei. – Respondi sorrindo.

+ Pauta para o Bloínquês.

- 83ª edição visual.

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