quarta-feira, julho 20, 2011

~ As gotas de um fim.

Infelizmente, essa história não trará coisas boas para sua vida, assim como não trouxe para a minha. O que você quer saber caro leitor? Como fui feliz em um casamento com o homem mais cobiçado de toda a Londres? Não se engane, até porque ser casada com um homem desse tipo é pedir para ir a forca. Mais, querem saber por que meu casamento decaiu? Contarei tudo desde o início da queda...

- William, como você foi capaz? – Falei alteradamente com ele.

- Fale baixo Amélia, quer que todos nos ouçam? – Dizia ele olhando por entre as pilastras do coreto onde estávamos nos protegendo da chuva. Em seguida, quando me olhou perguntou. – Do que está falando?

- Do que estou falando? Olhe nos meus olhos e diga toda a verdade sobre nosso filho. – Respondi olhando-o nos olhos, pelo menos, o quanto eu consegui olhar.

Ele olhou nos olhos, sua face me dizia que ele escondia algo de mim, ele escondia o paradeiro do nosso filho, ou pelo que parecia, do meu filho...

- William, por favor, me diga a verdade... – Eu pedi a ele.

- Amélia, ele nasceu morto, eu lhe disse ainda na casa... – Dizia ele até que eu o interrompesse.

- Não William, você está mentindo, você nunca quis um filho, o que você fez com ele? – Perguntei mais uma vez.

- Quer a verdade? Você vai ter a verdade. Depois que o menino nasceu eu o peguei, o envolvi em uma manta branca e o coloquei em uma cesta, em seguida levei a cesta para o carro e dirigi até o convento e o larguei lá. – Respondeu ele olhando para a chuva.

- Por que William? Por que você fez isso? – Perguntei chorando e estapeando seu braço.

- Porque eu não sou homem de criar filho de outro. – Respondeu ele saindo em direção a chuva.

- Eu não tenho outro William, só tenho você, casei com você e para mim casamento é mais que sagrado, tem que ser aceito da alma. – Respondi andando atrás dele.

- Então me explique o menino não parecer comigo. – Dizia ele virando-se em minha direção.

- O que é isso William? – Perguntei afastando-me.

- Isso é para onde você vai explicar, será rápida e doce meu amor, se você não é minha, não será de ninguém. – Foram as últimas palavras dele.

Então ele disparou contra meu peito, senti meu sangue escorrer pelo meu vestido e o vi disparar contra a própria cabeça em seguida, chorei até meu último sopro de vida pelo meu pequeno filho que tivera sido abandonado e que jamais saberá sobre mim ou seu pai. Essa, caro leitor, é a história dessa narradora póstuma, cheia de mágoas e tristezas.

27ª edição roteiro.

+ Pauta para o Bloínquês.

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