sábado, novembro 27, 2010

~ Willian & Elizabeth.


Já fazia tempo, bastante tempo que não voltava à fazenda dos meus pais, mas este ano eu resolvi voltar, para rever todos, matar as saudades dos lugares onde costumava ficar quando pequena e para quem sabe, vê-lo mais uma vez...

É outono, minha estação favorita, adoro a fazenda nessa época do ano, as árvores com suas folhas amareladas, o aspecto de fim de tarde constante, tudo é tão bonito, tão real. Olhei por um instante tudo ao meu redor, peguei minhas malas e subi as escadas para entrar na minha antiga casa, quando abri a porta minha mãe me abraçou chorando, meu pai sorria alegremente e minha irmãzinha, minha pequenina agora com 10 anos, me deixou tão feliz ao me dizer que fiz falta para ela, nunca pensei que me sentiria tão bem assim quando chegasse em casa depois de tanto tempo sem aparecer, nem para o natal, nem aniversários, ou muito menos fim de ano, para esta família eu fui uma desaparecida, quase uma fugitiva.

A noite finalmente chegou, já estou instalada no meu antigo quarto, que foi deixado da mesma forma como eu me recordava dele. Olhei em direção a janela, vi os cavalos dormindo, vi minha vida de menina, os dias a cavalgar pelos campos afora, até que o sono chegou e eu não pude ver mais nada do que antes via.

Na manhã seguinte ao meu retorno fui cavalgar, passei por cada ponto que eu queria rever, a cachoeira na qual fiz piquenique a anos atrás, as montanhas nas quais eu dormia no colo da minha mãe vendo o sol se pôr, a trilha pela qual eu passava todos os dias para ir a escola só para ver as flores durante a primavera, e finalmente desci do cavalo para olhar uma árvore em particular, a qual estava marcada para o resto de sua vida, dois nomes, apenas dois nomes a identificavam para aqueles diferentes de mim, Willian & Elizabeth, esses eram os nomes, mas para mim ela era identificada pelo momento no qual os nomes foram escritos.

Acho que passei uma hora olhando aquele lugar, aquela árvore, até criar coragem de voltar para a fazenda, no entanto algo aconteceu comigo, uma sensação de estar sendo observada, até que levantei a cabeça e olhei para o lado, o qual daria para a colina da fazenda vizinha, e lá estava ele, agora como um homem, fiquei parada sem atitude alguma, sete anos afastados era muito tempo para que eu voltasse e pedisse desculpas por tudo que fiz, por tudo que ele sentiu quando parti, sete anos era demais para tentar dizer que ainda o amava, e se ele não sentisse mais isso por mim? É tarde demais, tarde demais para mim ou para nós.

Virei as costas em direção ao meu cavalo, mas parei sem coragem de continuar, sem vontade de perdê-lo de novo, então o ouvi me chamar, fiquei parada da forma que estava, não consegui nem ao menos me virar para olhá-lo, ele chegou e tocou meu ombro me virando em sua direção, eu o olhei ansiosamente, pude ver seus olhos verde mel, seus cabelos pretos a cair nos olhos como sempre, seu sorriso iluminador e sua feição simples, pude ver o menino que eu tanto amei e o homem que ele se tornou.

- Quanto tempo, nunca pensei que a veria aqui. – Disse ele abraçado a mim.

- Pois é, mas quando se retorna ao lugar onde tudo começou, era aqui que eu tinha que estar. – Respondi sem tocá-lo.

- Senti tanto sua falta, até que desisti e fui estudar em outro país, queria com todas as minhas forças te esquecer... – Disse olhando em meus olhos.

- E conseguiu? – Perguntei abaixando a cabeça.

- Felizmente não! – Ele respondeu erguendo minha cabeça e sorrindo.

- Me desculpa Will, sei que fui embora daqui porque não gostava de viver neste lugar, mas quando estava sozinha percebi que quando fechava os olhos era dessa fazenda que me recordava, era o cheiro dessa terra que eu sentia quando o vento batia a minha porta... – Mencionei tristemente.

- Entendo Elizabeth, mas agora você está aqui, está comigo, não precisa mais ter medo. – Disse ele me abraçando novamente.

- Eu te amo Will, eu prometo nunca mais deixar você esperar por mais sete anos por mim. – Falei o abraçando.

- Sei que não deixará, sei que ficará aqui comigo. – Ele respondeu ainda abraçado comigo. – Te amo Elizabeth.

Ele subiu no meu cavalo e pegou minha mão, me colocando assim atrás dele na sela. Abraçada com ele, sentindo seus cabelos em minha face e seu cheiro, voltei para a fazenda dos meus pais como na nossa adolescência, quando cavalgávamos juntos, campo afora, sem preocupação ou medo nos corações. Nesse momento aquela árvore que deixamos para trás guardava mais uma recordação, o dia em que o para sempre foi finalmente mostrado.

- Pauta para o Bloínquês.

+ 45ª edição visual

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Olá caros leitores ;)

Como vocês estão? Contem-me tudo viu, eu quero saber do que anda acontecendo na vida agitada de vocês, porque a minha vida anda uma merdinha total :S... Amor nem pôde vir me ver hoje, tudo bem eu entendo, mas foi coisa da minha mãe mesmo né kkkkkkkkk... Mas esqueceremos o eu por enquanto e vamos ao texto, é de minha autoria e é pauta para o Bloinquês como vocês podem ver, espero ganhar, torçam por mim (yn).

Beijos :*

Um comentário:

  1. Que história mais linda!
    O amor nunca esquecido, que volta à tona em ambos os corações solitários. Lindo, lindo.
    Espero que você ganhe, torço por você!

    Beijos, Dreams.

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